Muitas coligações proporcionais sequer
cumpriram a cota de gênero estabelecida pelo TSE
O
PSTU acredita na organização e na força das mulheres trabalhadoras e
que somente através da luta podemos conseguir vitórias e mudanças para o
conjunto dos trabalhadores e da juventude. Entre a multidão que ocupou
as ruas nestes últimos tempos, revoltados com a falta e a precariedade
dos serviços básicos, houve a presença marcante das mulheres. E não
poderia ser diferente. O trabalho mais precário é das mulheres, assim
como a responsabilidade do cuidado com o espaço doméstico e a família.
Segundo a ONU, a pobreza é feminina, pois 70% dos mais pobres são
mulheres. Logo, são elas quem, no mínimo duas vezes por dia, se submetem
ao transporte público superlotado. Além disso, recebem até 30% menos
que os homens exercendo a mesma função.
Porém
essa presença não se expressa nas principais organizações dos espaços
da política. As mulheres hoje representam mais de 51% do eleitorado no
país, mas o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a
10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram
eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do
total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Senado,
das 81 vagas, apenas 10 são ocupadas por mulheres. Demonstrando que o
espaço das decisões políticas é predominantemente dos homens.
Segundo dados do TSE, no Maranhão o PSTU é o partido com maior número de mulheres em candidaturas proporcionais (50%). Além
disso, terá uma mulher a compor uma candidatura majoritária à
presidência da república. A professora da UFMA, Claudia Durans, será
candidata a vice-presidência. Apresentamos
também a candidatura da professora Ana Paula Martins como
vice-governadora. Ana Paula é militante do setorial de educação da CSP
Conlutas e do Movimento Mulheres em Luta. Entre estas, temos outras
candidaturas femininas, servidoras públicas, professoras, militantes dos
movimentos sociais, movimentos feministas e racial. Temos
muito orgulho de sermos o partido que proporcionalmente possui mais
candidatas mulheres, porque nos organizamos diariamente para fazer com
que as mulheres da classe trabalhadoras, as mulheres negras, se
desenvolvam politicamente e se consolidem como grandes dirigentes
políticas da nossa classe.
O
desenvolvimento da sociedade capitalista destinou às mulheres o espaço
doméstico. Se estas tarefas ficaram para as mulheres, aos homens ficou a
tarefa da produção social, da ocupação das tarefas políticas, públicas,
das pesquisas, dos estudos. As mulheres que chegaram a espaços como
estes o fizeram enfrentando muito preconceito, machismo, e ainda assim
muitas delas foram apagadas pela história. Essa situação concreta das
mulheres faz com que muitas mulheres trabalhadoras sejam parte ativa das
lutas dos trabalhadores no Brasil e no mundo. Somos muitas que
expressamos a importância das mulheres para a luta pelo socialismo,
demonstrando aos trabalhadores que as mulheres fortalecem a luta, que
podemos e devemos participar da vida política, nas lutas e nas eleições.
Mesmo participando menos que os homens da vida política, as mulheres
trabalhadoras vão votar, mas não decidirão os rumos do país através da
eleição. Nós também vamos participar das eleições e vamos apresentar
candidaturas, porém, nós utilizaremos o espaço eleitoral para apresentar
um programa socialista, que aponte as saídas para os problemas das
mulheres e dos homens trabalhadores e da juventude. Nós afirmamos a
importância de participar ativamente da vida política, mas não basta
ocupar cargos.Queremos incentivar as mulheres trabalhadoras a lutar
contra a exploração e opressão e dizer que é importante votar nestas
candidaturas, mas que isso somente não basta. Nossas candidaturas estão a
serviço das lutas que a classe trabalhadora precisa fazer para ter
atendidas as suas necessidades mais sentidas. Para nós, o desafio das
mulheres trabalhadoras nas eleições é, além de votar nos partidos que
sempre resistiram com suas bandeiras nas lutas, se organizar antes e
depois de outubro em uma luta permanente contra a opressão e a
exploração.
Por Lourdimar Silva, candidata ao cargo de deputada federal, 1610
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