sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Aniversário do Leon Trotsky é de 7 Novembro 1879.

É uma dessas coincidências que o dia 25 de outubro no calendário juliano correspondesse ao dia 7 de novembro no gregoriano.

Então, dada a ocasião, vão aí embaixo algumas linhas sobre o tema da revolução como um dos métodos de transformação histórica. evidentemente há outros dois.

O das reformas preventivas para evitar revoluções, e o das guerras.

A citação é de Trotsky quando da I Guerra Mundial. Em seguida um comentário meu.

“La guerra es el método por el cual el capitalismo, en la cumbre de su desarrollo, busca la solución de sus insalvables contradicciones. A este método, el proletariado debe oponerle su propio método: el de la revolución social” (León Trotsky, La guerra y la Internacional).

Revolução e contrarrevolução são fenômenos inseparáveis na história contemporânea. Não houve processo revolucionário que não tenha enfrentado a resistência contrarrevolucionária. Indivisíveis, porque os contrários se explicam. As forças interessadas na permanência da ordem estão em luta, permanentemente, com os impulsos de mudança, porque têm interesses a preservar. O século XX, época do apogeu e, hegelianamente, da decadência do capitalismo não foi imune a crises, mas as forças de inércia não foram menos poderosas. 

Transformações aconteceram porque eram necessárias, mas não quando foram necessárias. “Revoluções são impossíveis, até que são inadiáveis”, cunhou Trotsky. A historiografia de inspiração liberal admite a relação, mas invertida, para concluir que as mudanças viriam, de qualquer forma, de maneira lenta e gradual e, possivelmente, mais indolor, não fossem os terremotos revolucionários, responsáveis pelas tempestades contrarrevolucionárias.

As revoluções não acontecem, porém, porque algumas sociedades têm pressa. Revoluções são provocadas porque há crises. As sociedades podem recorrer ao método da revolução ou ao método das reformas para resolver as suas crises. Em algumas etapas históricas – como no final do XIX, na Europa Ocidental, e nos trinta anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, na Tríade dos países centrais - as transformações foram possíveis através do jogo de pressões e negociações sociais e políticas. Foi o terrível atraso das mudanças que não vieram por reformas, essa esperança suspensa no tempo, que fermentaram as condições das revoluções na modernidade. Quando uma sociedade descobre que os antagonismos econômicos, sociais e políticos se exacerbaram até o limite do que a ordem pode suportar, se abrem, grosso modo, dois caminhos. Das duas, uma: ou a transformação assume a forma de reformas preventivas, o que exige negociações políticas, concessões econômicas e compromissos sociais, ou as lutas de classes se agudizam em um tal grau de intensidade que a vaga de choque da revolução é inescapável."

Texto do professor e camarada Valério Arcary. (copiado de seu perfil no facebook)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Operários intelectuais

A burguesia tem muito medo dos operários rebeldes, corajosos e honestos. Mas ela tem mais medo ainda dos operários que, além de tudo isso, possuem conhecimento. Os operários que sabem são mais perigosos porque podem convencer seus colegas, porque são seguros de si e confiam em suas próprias ideias. Um operário pode inspirar seus companheiros através do exemplo. Mas aquele que, além do exemplo pessoal, oferece argumentos, números e conceitos alcança muito mais.

O eletricista desleixado sabe passar a fiação obedecendo ao esquema elétrico. Mas só sabe isso. E nem quer saber mais. Já o eletricista dedicado sabe melhorar o esquema original e até criar o seu próprio esquema. Ele resolve problemas, supera obstáculos. Ele sabe que, por trás daquele amontoado de linhas, há uma massa de conhecimentos. E ele os domina, esse é o seu orgulho. Com o socialismo, acontece o mesmo. A luta pelo socialismo é um ofício (e dos mais difíceis!) que exige conhecimento e preparação. Por trás de uma simples greve, há uma infinidade de conhecimentos históricos, políticos e econômicos que somente um profissional preparado é capaz de dominar. Mas todo operário pode ser esse profissional. Nenhum operário tem a obrigação de dominar todos os conhecimentos acumulados pelo socialismo científico desde o século 19 até hoje. Da mesma forma, nenhum eletricista tem a obrigação de saber absolutamente tudo sobre elétrica. Mas tanto o eletricista quanto o operário socialista, se quiserem executar bem as suas tarefas, têm de se preparar, ler, estudar.

Assim, todo operário consciente deve se esforçar para se tornar um intelectual de sua própria classe, da classe trabalhadora. O intelectual operário não é aquele que sabe tudo, mas aquele que luta permanentemente para aumentar sua própria cultura e a de seus colegas. É todo aquele que aprende, ensina, pergunta e nunca se cansa de querer saber.

O primeiro passo

Os operários socialistas lutam para transmitir aos outros operários uma nova visão de mundo e de futuro. Nessa luta, o livro socialista é a primeira arma que o operário empunha. Daí nosso chamado: Continuem nas greves, nas lutas e nos piquetes! Mas dediquem uma parte de seu tempo ao estudo, ao seu próprio aperfeiçoamento. Organizem grupos de leitura! Cursos! Palestras! Abordem os companheiros mais velhos e peçam que lhes expliquem cada palavra, cada conceito, os fatos e personagens de cada revolução, a história de sua própria classe. E se ninguém souber, que estudem todos juntos!

É preciso um compromisso: todo operário ou operária que aprenda algum novo conceito ou algum fato histórico deve repassá-lo adiante: na fábrica, no canteiro de obras e dentro do partido. Todos devem aprender com todos. É preciso que cada um abra em si e no outro o apetite pelo saber.

Aqueles que têm dificuldade com a leitura devem começar justamente por aí: por superar essa dificuldade. Se necessário, retornar à carteira escolar. Nunca será tarde.

Ao final, teremos os melhores ativistas de nossa classe transformados em socialistas sólidos como rocha, em revolucionários profissionais, em autênticos marxistas. Será uma longa caminhada. E como toda longa caminhada, começa com um primeiro passo: abrir um livro. 

Texto extraído do Jornal Opinião Socialista edição nº 487 , página 15

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uma Carta à Juventude

Um partido revolucionário deve necessariamente basear-se na juventude. Inclusive, podemos dizer que o caráter revolucionário de um partido pode ser julgado pela sua capacidade de atrair para suas bandeiras a juventude da classe operária.

O atributo básico da juventude socialista e tenho em mente a juventude genuína e não os velhos de 20 anos reside na disposição de entregar-se total e completamente à causa da socialista. Sem sacrifícios heroicos, valor, decisão a história em geral não se move para frente. Porém o sacrifício somente não é o suficiente. É necessário ter uma clara compreensão do curso dos acontecimentos e dos métodos apropriados para a ação. Isso somente pode ser obtido por meio da teoria e da experiência vivida.

O mais contagiante entusiasmo rapidamente esfria-se ou evapora se não encontra uma clara compreensão das leis do desenvolvimento histórico. Frequentemente, observamos como os jovens entusiastas, ao dar uma cabeçada na parede convertem-se em sábios oportunistas; como ultraesquerdistas desenganados passam em curto tempo a ser burocratas conservadores, assim como pessoas fora da lei se corrigem e se convertem em excelentes policiais. Adquirir conhecimento e experiência e ao mesmo tempo não dissipar o espírito lutador, o autossacrifício revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da autoeducação da juventude revolucionária

LEON TROTISKY, 1938

sábado, 4 de outubro de 2014

RESPOSTA DO PSTU AS CALÚNIAS DO CANDIDATO HOROLDO SABÓIA E COMPANHIA CONTRA NOSSO PARTIDO

Já faz alguns meses, desde que iniciou as disputas eleitorais, que militantes do PSOL do Maranhão vêm caluniando nossa organização nas redes sociais. No primeiro momento relutamos em responder por que consideramos de baixo nível e completamente alheia aos métodos que a esquerda revolucionária costuma utilizar para debater suas diferenças. Porém, nos últimos dias essas calunias se intensificaram obrigando-nos a responder.

Antes, porém, queremos pedir desculpas a todos os militantes honestos e revolucionários desse partido que não coadunam com esse tipo de prática. Por outro lado, vamos tentar não rebaixar o debate ao nível dos ataques infantis dos nossos caluniadores. 

Os ataques do PSOL são tão desonestos que não há qualquer nota assinada por sua direção ou por qualquer uma de suas correntes internas. O debate se faz com postagens irresponsáveis de militantes que entram nas redes sociais como se estivessem entrando em um baile de máscaras. Os militantes revolucionários devem, antes de tudo, dizer de onde falam, pra quem falam e porque falam. É tradição entre as organizações de esquerda gastar salivas falando a verdade de frente e com clareza e não cuspindo calunias nas costas dos adversários do mesmo campo político.

Para atacar nossa organização os caluniadores atacam o camarada Marcos Silva, candidato ao senado pelo PSTU. Dizem que Marcos Silva agride e burla a Lei Maria da Penha, que protege machista, etc. Até agora não falaram de que forma o companheiro burla a Lei Maria da Penha e nem muito menos quem é o machista protegido.
Nosso método em relação às opressões é outro. Recentemente uma jovem negra militante do nosso partido foi vitima de racismo, que é uma opressão tão grave quanto o machismo, e nós vamos tornar isso público. Vamos dizer como aconteceu, onde e o nome do agressor. No caso de Marcos Silva, se existe a pessoa prejudicada é bom que se diga quem é. 
Nosso partido tem direção, assim como a do PSOL, e nenhuma conversa foi-nos proposto ou qualquer documento formal do PSOL chegou até nossas mãos a cerca desse assunto. O método que esses companheiros escolheram se iguala aos da burguesia, que ataca os partidos de nossa classe escondendo os seus. Já que verdade não é colocada claramente, resta-nos fazer algumas conjecturas.

Quando os caluniadores dizem que protegemos machistas provavelmente estão se referindo a um militante do próprio PSOL, que conforme insinuam nas redes sociais, teria agredido sua ex-namorada que também é militante do PSOL. Esse companheiro foi convidado pelo movimento “Luta Popular” para participar de um debate. Dias depois, postagens e mais postagens de militantes do PSOL choveram nas redes sociais nos acusando de proteger machista. É cômico, senão trágico, saber que os dois são militantes do PSOL, e não do PSTU, que os nomes dos mesmos seguem preservadíssimos, que nada foi publicado sobre isso, e somos nós do PSTU que protegemos machistas. Ora, quem deve se posicionar publicamente a cerca desse acontecimento é a direção do PSOL. Se o caso ocorreu e se foi apurado, porque não puniram o agressor, por que não procuraram nossa direção para comunicar o ocorrido, onde está o documento acerca desse caso. Agora, se o PSOL não teve competência para resolver a questão interna, solicitamos que os movimentos organizados o façam, para além da justiça burguesa. Da mesma forma que exigimos publicamente que o PSOL não jogue suas crises nas costas de nossa organização, nem muito menos tente nos utilizar como sua palmatória política.

Somos um partido que assume publicamente que as opressões se reproduzem para além da sociedade burguesas, mas também no interior de nossas organizações de esquerda. Nenhum militante, por mais revolucionário que seja, está livre desse tipo de mazela que a burguesia utiliza para melhor explorar e dividir nossa classe.

 Para nós todo homem em menor ou maior grau reproduz o machismo. E é por isso mesmo que educamos nossos militantes em outra perspectiva e os sancionamos quando necessário. Porém, não aceitamos que uma questão tão cara para nossas mulheres sejam transformadas em especulação ou usadas para caluniar militantes. Esse método desqualificado e pequeno-burguês de tratar a questão das opressões é um desserviço à luta dos oprimidos. Para além de discurso, nosso partido tem se dedicado a organizar a luta dos setores oprimidos de nossa classe. Ajudamos a construir o maior encontro de Mulheres e de Negros Socialistas dos últimos 20 anos em nosso país, via CSP Conlutas. Também foi pela CSP Conlutas que construímos um encontro de LGBT com mais de quinhentos participantes. Temos clareza de que a revolução socialista brasileira passará necessariamente pelas mãos desses setores oprimidos de nossa classe.

O vale tudo das eleições burguesas por trás dos ataques do PSOL a nossa organização

A maioria das calunias descabidas contra nosso partido parte de Haroldo Sabóia, político tradicional e ciclotímico que já passou pelo PMDB, PDT, PT, PPS e agora aterrissou no PSOL. Desde que as pesquisas dos institutos ligados a grande mídia mostram Marcos Silva colocado na frente desse político, o mesmo começo a entrar em um frenético desespero e, juntamente com sua esposa, começaram a enlamear o companheiro Marcos Silva, conforme mostramos acima. Obviamente que obter mais votos do que o PSOL numa eleição burguesa é uma grande vitória para nossa organização, já que não atuamos nesse processo da mesma forma como faz o PSOL. No entanto, para nós o mais importante é sair deste processo com nosso partido mais fortalecido e com a classe trabalhadora mais consciente de sua missão histórica que é a construção da revolução. Por isso que durante as jornadas de junho insistimos em manter nossas bandeiras erguidas e nossa militância nas ruas, diferente do PSOL que capitulou a pressão da grande mídia, dos partidos burgueses e do sentimento pequeno burguês.

As eleições para nossa organização é apenas ponto de apoio para fortalecer a luta da nossa classe. Nossos parlamentares, a professora Amanda Gurgel que foi a candidata proporcionalmente mais bem votada do país, vive com salário de professora, bem com o operário Kleber Rabelo. Somos radicalmente contrários a profissionalização da política. Por isso participamos deste processo com muita tranquilidade. Mais do que eleger parlamentares, dedicamos nossas vidas a construção da revolução, mais do que discursar nos púlpitos dos parlamentos burgueses, nós queremos falar para nossa classe nas greves. Para nós, o “vale tudo” das eleições burguesas deve ser jogado no lixo da história, não colocamos nosso partido em risco em meio a essa coreografia eleitoral. Pela revolução sim, somos capazes de entregar nossas vidas.

Aqueles que destilam veneno contra nossa organização não aparecem nos espaços construídos pelos movimentos sociais para fomentar o debate entre os lutadores. Não apareceram no debate sobre opressão racial organizado pelos movimentos Quilombo Raça e Classe, Quilombo Urbano realizado na ultima quarta-feira, 29 de setembro com os candidatos da esquerda socialista. Apenas o candidato Antônio Pedrosa e o professor Joseilton estiveram presentes, e com esses tratamos das nossas diferenças de maneira direta, sincera e fraterna, olhando olho no olho. É assim que fazemos.

Mesmo onde não foi possível construir a frente de esquerda com o PSOL não deixamos nossas diferenças de lado. Onde o PSOL aceitou financiamento de empresas, se aliou ao DEM e ao PSDB e lançaram candidatos sionistas, nós denunciamos duramente, mas fizemos em nota pública do nosso partido e não jogando indireta nas redes sociais para confundir a militância de esquerda e permitir que abutres pequenos que vivem parasitando nosso partido, igualmente nos caluniem.

Marcos Silva é um militante histórico do nosso partido e da esquerda do Maranhão, muitas vezes caluniado pela oligarquia que teve que engolir cada uma das suas desgraçadas invenções. Infelizmente a história se repete desgraçadamente, agora vindo da própria esquerda, e o que é pior, em meio a uma disputa que não é campo da nossa classe, as eleições burguesas. Não vamos aceitar que uma vida dedicada a luta pelo socialismo, seja manchada com calúnias proveniente de quem faz política com os olhos grudados nas urnas. 


Por fim, comunicamos que, infelizmente, vamos acionar a justiça burguesa para que todas as calúnias feitas contra Marco Silva sejam provadas uma a uma e exigimos que a direção do PSOL se posicione publicamente a esse respeito.

Direção Regional do PSTU

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A disputa das eleições numa perspectiva revolucionária

Mesmo depois de passados meses do impasse que inviabilizou a constituição de uma Frente de Esquerda que envolvesse PSTU e PSOL em nível nacional, este debate vez ou outra reaparece. Nas últimas semanas, ele surgiu na esteira da crise que viveu o PSOL e da troca de sua candidatura à presidência da república, com a saída do senador Randolfe Rodrigues e a entrada da ex-deputada Luciana Genro.

Luciana Genro, mais de uma vez, deu a entender que, ainda que fosse certo o PSTU não aceitar ser vice de Randolfe, não haveria razão para não aceitar ser vice na chapa encabeçada por ela. Por outro lado, alguns militantes do PSOL apontam uma pretensa incoerência pela não realização da frente em nível nacional quando ela pôde constituir-se em alguns estados.

A companheira Luciana e muitos militantes do PSOL parecem partir do pressuposto de que quando ela, representando um setor à esquerda dentro do partido, assume a candidatura à presidência deixam de existir as diferenças de programa com o PSTU. Eu respeito muito a companheira Luciana e estes militantes que raciocinam desta forma, mas tenho uma opinião muito diferente sobre essa questão e trato de esclarecê-la a seguir.

O PSTU participa das eleições não por acreditar que por esta via vamos mudar o país e garantir vida digna para os trabalhadores. Como sabemos, as eleições em nosso país são completamente controladas pelo poder econômico (através do financiamento dos partidos, das campanhas e candidaturas; através do controle da mídia, etc). Participamos delas porque consideramos importante disputar politicamente a consciência dos trabalhadores e da juventude de nosso país, apresentando uma alternativa de classe, operária e socialista para o Brasil, que seja um contraponto ao mesmo tempo aos projetos defendidos pela direita tradicional e seus candidatos, como também ao projeto de PT e seus aliados.

Nosso objetivo fundamental aí é ganhar o maior número possível de trabalhadores e jovens para a luta em defesa deste projeto operário e socialista, e avançar na construção da direção política para esta luta em nosso país. É este o conteúdo que vamos dar à disputa que faremos pelo voto (e vamos fazer uma disputa dura por cada voto) dos trabalhadores e jovens. Quanto mais votos obtivermos, mais fortalecida estará a luta por este projeto. Se elegermos parlamentares comprometidos com este projeto, melhor ainda. Mas o nosso objetivo fundamental aqui é claro: disputar a consciência dos trabalhadores e jovens para um projeto operário e socialista para o país e fortalecer a direção política desta luta.

E que projeto de classe, operário e socialista é este? Muito simples. Trata-se de um programa que seja capaz de responder às necessidades da nossa classe e da juventude brasileira; de um governo que seja capaz de aplicar este programa; e de como será possível tornar isso realidade, já que sabemos que pelas eleições não é.

O programa que o PSTU vai apresentar nas eleições parte de responder às demandas das manifestações de rua de junho passado e das centenas de greves que sacodem o país nos dias de hoje, pois expressam as necessidades fundamentais da nossa classe: salário digno, emprego e direitos para todos; saúde e educação pública e de qualidade para todos; moradia digna; transporte coletivo de qualidade e acessível a todos; reforma agrária; aposentadoria; enfim, vida digna a quem trabalha.

Para tanto, este programa precisa atacar o domínio e controle que os bancos, as grandes empresas e as multinacionais têm sobre o nosso país. Vamos defender a suspensão imediata do pagamento da dívida externa e interna, a estatização dos bancos e do sistema financeiro; o fim das privatizações e a re-estatização dos bens e empresas privatizadas (hoje, todas nas mãos de multinacionais, como o setor de telecomunicações, de energia, setor siderúrgico, mineração, aeronáutico, transporte ferroviário; estradas; portos; aeroportos, etc); anular os leilões das reservas do Pré-Sal e as privatizações feitas na área do petróleo e da Petrobrás; estatizar todo o setor de transportes; nacionalizar as terras que estão sob controle do Agronegócio e do latifúndio e colocá-las a serviço da produção de alimentos para a população; atacar os privilégios e o lucro das grandes empresas para reduzir a jornada de trabalho e ampliar os direitos dos trabalhadores, e estatizar todas as empresas que promoverem demissões; acabar com a repressão policial aos trabalhadores e jovens e com a criminalização das lutas e da pobreza, desmilitarizar a PM e assegurar o controle da polícia pela comunidade; atacar fortemente toda forma de discriminação e opressão, o machismo, o racismo e a homofobia; atender demandas democráticas históricas das mulheres como a legalização do aborto, e da juventude, como a legalização da maconha e descriminalização das drogas; livrar o país da corrupção, colocando na cadeia e confiscando os bens de corruptos e corruptores; e um longo et cetera.

Este programa, como se pode ver, tem bandeiras democráticas e econômicas importantes. Mas não se limita à defesa da radicalização da democracia, de reformas ou do desenvolvimento econômico nos marcos do capitalismo. É um programa anticapitalista, que aponta para a superação deste sistema.

Por isso mesmo, requer para a sua aplicação um governo dos trabalhadores, sem patrões, que rompa com os bancos, as multinacionais e grandes empresas e mude o país, acabando com os privilégios destes setores e assegurando vida digna para quem trabalha, apontando para a construção de uma sociedade socialista. Aqui se configura um caráter de classe para este projeto.

Obviamente, um governo assim e que promova mudanças desta natureza não vai se constituir através de eleições controladas pelos banqueiros, grandes empresários e multinacionais. Por isso, dizemos que este governo dos trabalhadores, sem patrões, só poderá se constituir e só conseguirá governar e realizar o programa acima apoiado nas organizações e nas lutas dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude.

Este é, resumidamente, o projeto que o PSTU vai apresentar nas eleições. Nas discussões que tivemos com a direção do PSOL, os companheiros nos esclareceram que o seu partido defendia um programa que apontasse para a radicalização da democracia em que vivemos, evitando a defesa de medidas mais radicais que poderia não dialogar com o nível de consciência médio da população, pois isso dificultaria a disputa dos votos.

O PSTU, como eu disse antes, quer e vai disputar os votos dos trabalhadores e da juventude. Mas não vai deixar de defender o seu programa para isso, nem de dizer a verdade aos trabalhadores sobre o que é necessário – e como -mudar no país para que todos tenham vida digna. Precisamos e queremos ganhar os trabalhadores para a luta pela transformação deste país, e não simplesmente ganhar o voto deles a qualquer custo. E isso não é simplesmente um capricho nosso. Se os trabalhadores e a juventude brasileira não abraçarem a luta por este projeto, não haverá revolução e, sem ela, não haverá mudança de verdade no país. Simples assim.

Este debate, sobre a necessidade de rebaixar programa para ganhar votos, nós já vivemos na história recente da esquerda brasileira. Foi dentro do PT, no início da sua existência. Sabemos como terminou esta história e não queremos repeti-la.

Em 2006, quando os parlamentares que fundaram o PSOL recém haviam rompido com o PT e lançaram a candidatura da Senadora Heloisa Helena como expressão da negação da conciliação de classes representada pelo PT, e que empalmou com o sentimento de esperança por uma alternativa em setores amplos dos trabalhadores e jovens, o PSTU decidiu fazer a Frente de Esquerda e somar-se àquele processo que era importante, mesmo com todas as limitações e dificuldades para construirmos um programa em comum que já ali se vislumbrava.

Hoje, temos um quadro muito diferente. O senador Randolfe Rodrigues retirou sua candidatura à presidência para impulsionar, no Amapá, uma frente eleitoral com o PSB e o PT, num completo abandono do critério da independência de classe! Ao que consta, Randolfe é a principal expressão política da direção do PSOL e, de mais a mais, não se sabe de qualquer decisão do partido contrária ao que foi feito lá.

Entendemos que isso seja normal para o PSOL, pois, mesmo sendo parte da esquerda socialista brasileira e oposição de esquerda ao governo do PT, não se propõe a ser um partido revolucionário, portanto não adota, como sua estratégia, a revolução, ou seja, uma transformação completa da estrutura econômica, social e política do país. E compreendemos o porquê do acordo feito pela companheira Luciana com a direção do PSOL (logo após o congresso deste partido), que deu a ela a vaga de vice de Randolfe. Apesar das diferenças que existem entre eles, são parte do mesmo partido e, portanto, comungam da mesma estratégia.

No entanto, o PSTU é outro partido, tem outro projeto para o país e sua candidatura presidencial está a serviço de levar este projeto para os trabalhadores, trabalhadoras e jovens do Brasil. Para nós –e acreditamos que também para toda a militância socialista que defende, de fato, uma revolução socialista no Brasil - aproveitar a disputa eleitoral em curso para ganhar para este projeto uma parcela da nossa classe é fortalecer nossa luta por uma revolução no país. Nós acreditamos que rebaixar nosso programa, deixar de dizer com clareza para os trabalhadores as mudanças que precisamos fazer no país e como podemos fazê-las, abrir mão da independência de classe, ainda que nos leve a ganhar mais votos, vai nos distanciar cada vez mais do nosso objetivo. Essa é a diferença e, como se vê, não se trata simplesmente de quem é vice de quem. Por isso não houve Frente Eleitoral nacional.

Nos diversos estados do país, o processo se desenvolveu de forma desigual e combinada. Onde se conseguiu chegar a um termo aceitável no programa e demais condições para uma frente estadual, ela se constituiu e está sendo apresentada uma alternativa unitária às candidaturas burguesas tradicionais e também ao PT e seus aliados naquele estado. No entanto, em todo o país, com frente eleitoral ou candidatura própria nos estados, toda a militância do PSTU estará trabalhando duro para disputar a consciência dos trabalhadores e da juventude brasileira em defesa deste projeto de classe, operário e socialista para o Brasil. E é a serviço dele que estará a nossa candidatura, minha e da companheira Claudia Durans, à presidência e vice presidência da república.

As jornadas de junho do ano passado abriram uma nova situação política no país, mais favorável ao avanço da luta e da organização dos trabalhadores e da juventude. Enxergar nisto apenas o potencial eleitoral que pode favorecer a esquerda nas eleições seria de um oportunismo sem perdão. A esquerda socialista brasileira tem a obrigação de apresentar, na disputa eleitoral, uma alternativa de classe e socialista, e de lutar para ganhar para esta alternativa todos os trabalhadores e jovens que puder. Ganhar sim os seus votos, mas principalmente, ganhá-los para a luta em defesa deste projeto. Apenas desta forma vamos aproveitar de forma conseqüente as melhores condições que a realidade política nos brinda para avançarmos no sentido da nossa estratégia que é a transformação socialista do país onde vivemos.

É para dar conta deste desafio que convidamos a somar conosco toda a militância que está na luta da classe trabalhadora e da juventude brasileira.
*Zé Maria é metalúrgico, membro licenciado da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas e candidato a Presidente da República pelo PSTU

segunda-feira, 21 de julho de 2014

No Maranhão, PSTU é proporcionalmente o partido com o maior número de candidaturas femininas

Muitas coligações proporcionais sequer cumpriram a cota de gênero estabelecida pelo TSE

O PSTU acredita na organização e na força das mulheres trabalhadoras e que somente através da luta podemos conseguir vitórias e mudanças para o conjunto dos trabalhadores e da juventude. Entre a multidão que ocupou as ruas nestes últimos tempos, revoltados com a falta e a precariedade dos serviços básicos, houve a presença marcante das mulheres. E não poderia ser diferente. O trabalho mais precário é das mulheres, assim como a responsabilidade do cuidado com o espaço doméstico e a família. Segundo a ONU, a pobreza é feminina, pois 70% dos mais pobres são mulheres. Logo, são elas quem, no mínimo duas vezes por dia, se submetem ao transporte público superlotado. Além disso, recebem até 30% menos que os homens exercendo a mesma função.
Porém essa presença não se expressa nas principais organizações dos espaços da política. As mulheres hoje representam mais de 51% do eleitorado no país, mas o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Senado, das 81 vagas, apenas 10 são ocupadas por mulheres. Demonstrando que o espaço das decisões políticas é predominantemente dos homens.
Segundo dados do TSE, no Maranhão o PSTU é o partido com maior número de mulheres em candidaturas proporcionais (50%). Além disso, terá uma mulher a compor uma candidatura majoritária à presidência da república. A professora da UFMA, Claudia Durans, será candidata a vice-presidência. Apresentamos também a candidatura da professora Ana Paula Martins como vice-governadora. Ana Paula é militante do setorial de educação da CSP Conlutas e do Movimento Mulheres em Luta. Entre estas, temos outras candidaturas femininas, servidoras públicas, professoras, militantes dos movimentos sociais, movimentos feministas e racial. Temos muito orgulho de sermos o partido que proporcionalmente possui mais candidatas mulheres, porque nos organizamos diariamente para fazer com que as mulheres da classe trabalhadoras, as mulheres negras, se desenvolvam politicamente e se consolidem como grandes dirigentes políticas da nossa classe. 
O desenvolvimento da sociedade capitalista destinou às mulheres o espaço doméstico. Se estas tarefas ficaram para as mulheres, aos homens ficou a tarefa da produção social, da ocupação das tarefas políticas, públicas, das pesquisas, dos estudos. As mulheres que chegaram a espaços como estes o fizeram enfrentando muito preconceito, machismo, e ainda assim muitas delas foram apagadas pela história. Essa situação concreta das mulheres faz com que muitas mulheres trabalhadoras sejam parte ativa das lutas dos trabalhadores no Brasil e no mundo. Somos muitas que expressamos a importância das mulheres para a luta pelo socialismo, demonstrando aos trabalhadores que as mulheres fortalecem a luta, que podemos e devemos participar da vida política, nas lutas e nas eleições.
            Mesmo participando menos que os homens da vida política, as mulheres trabalhadoras vão votar, mas não decidirão os rumos do país através da eleição. Nós também vamos participar das eleições e vamos apresentar candidaturas, porém, nós utilizaremos o espaço eleitoral para apresentar um programa socialista, que aponte as saídas para os problemas das mulheres e dos homens trabalhadores e da juventude. Nós afirmamos a importância de participar ativamente da vida política, mas não basta ocupar cargos.Queremos incentivar as mulheres trabalhadoras a lutar contra a exploração e opressão e dizer que é importante votar nestas candidaturas, mas que isso somente não basta. Nossas candidaturas estão a serviço das lutas que a classe trabalhadora precisa fazer para ter atendidas as suas necessidades mais sentidas. Para nós, o desafio das mulheres trabalhadoras nas eleições é, além de votar nos partidos que sempre resistiram com suas bandeiras nas lutas, se organizar antes e depois de outubro em uma luta permanente contra a opressão e a exploração.
Por Lourdimar Silva, candidata ao cargo de deputada federal, 1610

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Convenção do PSTU lança Saulo Arcangeli ao Governo do Maranhão e Marcos Silva ao Senado Federal

Ato discutiu o papel do partido nas eleições com a presença de várias categorias e da juventude.


Neste sábado (28 de junho) foi realizada a Convenção Estadual do PSTU que confirmou o nome do servidor público federal Saulo Arcangeli (42 anos) para Governador e do urbanitário Marcos Silva (48 anos) para Senador. O Partido não fará coligações com nenhum partido. A professora da rede municipal e militante do PSTU, Ana Paula Martins, será a candidata a vice-governadora.
A Convenção realizada no auditório do Sindicato dos Bancários no Centro de São Luís reuniu mais de 100 pessoas de diversas entidades e movimentos sociais do estado em apoio às candidaturas do PSTU. Durante o evento foi reafirmada a construção de uma candidatura de esquerda e socialista que expressará as lutas populares e as greves do último período em nosso estado em oposição às candidaturas de Edinho Lobão (PMDB) e Flávio Dino (PC do B).
Esteve presente na convenção Cláudia Durans, professora da UFMA e assistente social, candidata à Vice-Presidência da República pelo PSTU na chapa encabeçada por Zé Maria de Almeida. Cláudia ressaltou a importância do debate contra as opressões no Maranhão e que as candidaturas do PSTU no estado estarão à serviço da luta contra o machismo, o racismo e a homofobia.
Para Saulo cada voto conquistado pelo PSTU nestas eleições será um passo para o fortalecimento das mobilizações e lutas em nosso estado, frutos da insatisfação da população contra seus governantes. Ana Paula Martins, professora da rede municipal de São Luís, categoria em greve contra a Prefeitura de Edvaldo Holanda (PTC), afirmou que as candidaturas do partido se colocam à disposição das lutas que estiverem ocorrendo em todo o Estado.
Segundo Marcos Silva, o PSTU apresentará um verdadeiro projeto de mudança em nosso estado capaz de alterar o quadro de miséria e barbárie que vive o Maranhão através da participação direta da população através dos Conselhos Populares.

Os nomes de Saulo Arcangeli e Ana Paula Martins para Governo e Marcos Silva para o Senado foram aclamados por todos os presentes. A campanha começará com visitas às categorias em seus locais de trabalho e a preparação de seminários temáticos que debaterão um Maranhão para os trabalhadores.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

É preciso não cair na armadilha da polarização entre Flavio Dino (PC do B) e Edinho Lobão (PMDB)

O PSTU apresenta a candidatura de Saulo Arcangeli para o governo do Maranhão

O programa político que o PSTU defende ao longo de seus 20 anos de existência começa a ser abraçado por parte significativa da classe trabalhadora e pela juventude  deste país.  As pautas das grandes mobilizações dos últimos meses confirmam esta afirmação. Orgulhamo-nos disso, de ser um partido que se identifica mais com as lutas do nosso povo do que com as eleições, por isso insistimos em levantar nossas bandeiras durante as jornadas de junho, já que a luta sempre foi a principal arena de nossa organização.

Porém, entendemos que o cenário político atual no Maranhão coloca o debate eleitoral em outro patamar. É uma eleição que acontecerá combinada com muitas lutas e a necessária elevação da consciência dos trabalhadores. Sabemos, também, que muitos trabalhadores que têm acordo com nossa política são levados pela propaganda do tal “voto útil” e acabam votando nas oposições que nascem das divisões internas da burguesia, que, com certeza, prosseguirão massacrando nossa classe.

A decepção com o governo de Jackson Lago (PDT/PT/PC do B), o desastre que está sendo a gestão de Edvaldo Holanda Jr (PTC/ PC do B) na prefeitura municipal de São Luís e a traição em escala nacional do PT deve servir com alerta vermelho dos limites de um possível governo de Flavio Dino. Os trabalhadores precisam discutir seriamente uma alternativa pra valer que realmente melhore as suas condições de vida.

Desde já, nós queremos chamar a atenção desses companheiros e companheiras para a necessidade de fortalecer as candidaturas do PSTU como alternativas para os trabalhadores e a juventude nessas eleições, pois isso tem relação  direta com o fortalecimento das lutas que estão se alastrando em nosso país e, em especial, no Maranhão.

A dupla Flavio Dino e Edinho Lobão não constitui uma alternativa de mudança para o Maranhão

A fragilidade da oligarquia Sarney neste último período é tão notória que seu grupo não conseguiu sequer lançar os candidatos que desejavam, o que reflete uma clara divisão na “corte do rei”, obrigando o grupo a lançar o “bobo da corte” Edinho Lobão (PMDB) para disputar as eleições para o governo do estado.
Muitos descontentes com a oligarquia preferiram, então, migrar para o campo político que tem à frente o candidato Flávio Dino (PC do B), pois poderão, talvez com mais facilidade, continuar obtendo dividendos políticos e econômicos para os seus interesses e dos poderosos que representam. Lá, inclusive, irão encontrar antigos aliados que se bandearam anteriormente.

Se o PC d B sair vitorioso nas eleições de outubro, o grupo Sarney sabe que não será muito difícil recompor alguns de seus “cacos” políticos em torno de um governo de Flavio Dino, afinal de contas, o PC do B e o PMDB defendem o mesmo programa político para o Brasil, pois ambos são da base de sustentação do governo Dilma e caminharam juntos no Ministério do Turismo com a dupla Gastão Vieira/Flávio Dino.  Além disso, não seria nenhuma novidade para o PC do B estar junto com o PMDB no Maranhão, já que ficaram juntos durante oito anos no governo de Roseana Sarney (1994- 2002). Acrescenta-se a isso a unidade entre Flávio Dino e o odiado ex-prefeito de São Luís, senhor João Castelo (PSDB).
Sabendo disso, a mídia da oligarquia tenta de todas as formas possíveis criar um clima de polarização entre as candidaturas de Flávio Dino e Edson Lobão Filho, justamente para que os trabalhadores não discutam uma alternativa que atenda os seus interesses enquanto classe social. Por isso mesmo, alguns jornalistas ligados ao grupo Sarney chegaram inclusive a propor que retirássemos nossas candidaturas.

É PRECISO LUTAR, É POSSIVEL VENCER... NAS LUTAS E NAS URNAS: Saulo Arcangeli para o governo do Estado do Maranhão

Mesmo nos momentos em que a classe trabalhadora se encontrava apática e desacreditada devido às traições do PT, do PC do B, da CUT, da UNE, o nosso partido participava das eleições sem rebaixar o programa, sem receber financiamento dos ricos e sem fazer falsas promessas para ganhar votos.

Nosso propósito nas eleições é o mesmo que defendemos nas lutas, que os trabalhadores acreditem em suas próprias forças, por isso adotamos o lema “Só a Luta Muda a Vida!”. 

Isso não quer dizer que não queremos votos, que não queremos nos eleger. Pelo contrário, cada voto que recebemos e cada um que elegemos simboliza um avanço na consciência da classe trabalhadora. O PSTU não participa das eleições apenas por participar, pois queremos eleger nossos representantes para colocar nosso partido à prova, como fizemos com a vereadora Amanda Gurgel( Natal- RN) e Kleber( Bélem- PA), cujos mandatos estão claramente a serviço da luta dos trabalhadores, inclusive representando incômodo para os partidos de direita e para a burguesia dessas cidades.

Acreditamos que não será possível mudar o Maranhão aliado aos empresários, às empreiteiras, à especulação imobiliária, ao agronegócio, aos latifundiários e aos coronéis.  A política de “pacto social” que criou a ilusão de que seria possível conciliar interesses dos trabalhadores com os dos burgueses demonstrou sua inviabilidade. Ao final, sempre acabam governando para os ricos. 
A única alternativa possível para livrar o estado definitivamente do atraso e da oligarquia Sarney é com um governo controlado pelos trabalhadores e sem a participação de oligarcas dissidentes.

Por isso, o PSTU lança o sindicalista, professor e militante dos movimentos sociais Saulo Arcangeli como pré-candidato ao governo do Maranhão, principalmente porque ele sempre esteve junto dos que enfrentam diariamente as injustiças, a exploração e as opressões da oligarquia e dos poderosos deste estado e que defenderá um programa que responda aos anseios da classe trabalhadora da cidade e do campo, única responsável pela geração das nossas riquezas.

Para Presidente da República apresentamos o companheiro Zé Maria e a maranhense Cláudia Durans, como vice. Queremos fazer uma campanha sintonizada com as lutas do nosso povo. Queremos utilizar o pouco espaço que teremos para denunciar a situação em que se encontram os serviços públicos, denunciar as opressões (racismo, machismo, homofobia), defender as lutas dos trabalhadores em greve, os quilombolas, as comunidades indígenas, os trabalhadores da educação, da saúde, os operários, os ambulantes e o fim da criminalização da luta e dos lutadores.

Faremos uma ampla campanha pela suspensão do pagamento da dívida pública, que consome quase 50% do orçamento público e o fim da lei de responsabilidade, que impede que os governos invistam mais de 54% do orçamento em serviços públicos. Faremos isso porque não aceitamos um centavo sequer dos grandes empresários e não nos aliamos a  seus partidos. Nosso objetivo final é ajudar a classe trabalhadora a superar o capitalismo e construir um mundo socialista de homens e mulheres livres!

sábado, 14 de junho de 2014

PSTU LANÇA HOJE, SÁBADO 14/06, CHAPA PARA AS ELEIÇÕES 2014

Durante encontro Nacional do PSTU que definiu os nomes dos militantes: Zé Maria de Almeida, metalúrgico do ABC e dirigente nacional da Central Sindical e Popular/CSP-CONLUTAS tendo como companheira de chapa a professora universitária (Universidade Federal do Maranhão-UFMA) Cláudia Durans para comporem a chapa – presidente e vice respectivamente - à presidência da Republica nas eleições 2014.

Inicia-se neste sábado (14) e vai até o domingo (15/06) o Seminário Nacional para a Construção do Plano de Governo da Candidatura do PSTU, uma candidatura independente política e financeiramente de empreiteiras, bancos, agronegócio e empresas, uma candidatura que apresentará um programa de governo para os trabalhadores e para a juventude que luta por um Brasil justo e verdadeiramente sem miséria.
O Seminário será um espaço de elaboração programática para a candidatura do PSTU, buscando responder, com medidas anticapitalistas e socialistas, aos desafios colocados pela realidade brasileira e mundial.

Para garantir um Brasil para os trabalhadores e a juventude é preciso mudar. O programa deve partir das reivindicações levantadas pelas massas em junho passado como saúde, educação, transporte públicos e de qualidade, reforma agrária, aposentadoria, meio ambiente, moradia para todos e a defesa de melhores condições de vida e trabalho para os trabalhadores da cidade, do campo e a juventude.

A parte mais importantes do encontro acontecerá no domingo com as discussões em grupos temáticos que se debruçaram em vários temas, hoje, em evidência na sociedade:

I - Orçamento do Estado e Dívida Pública
II - Educação não pode ser mercadoria, precisa ser  pública, gratuita e de qualidade
III – Como resolver o drama da Saúde no Brasil
IV – Moradia Popular, Especulação Imobiliária e Copa do Mundo
V I - O campo brasileiro e a necessidade da reforma e revolução agrárias
VII– A questão do meio ambiente no Brasil
VIII – Transporte público deve ser estatizado
IX - A criminalização das lutas, das organizações operárias e populares e das drogas, ferem as liberdades democráticas
X - Uma saída operária e socialista na luta contra o machismo e a homofobia”
XI – Racismo: um programa de raça e classe para uma mudança revolucionária no Brasil
XII– Cultura


Acompanhe os debates direto no portal nacional do partido: www.pstu.org.br e no perfil do fece de Zé Maria.

terça-feira, 3 de junho de 2014

UM PARTIDO DAS LUTAS E DO SOCIALISMO, 20 ANOS.


Há exatos 20 ano, no dia 2 de junho de 1994, tinha início o Congresso de Fundação do PSTU. Como que desafiando o próprio tempo histórico em que o partido era fundado (auge do neoliberalismo e da ofensiva ideológica sobre a "morte do socialismo"), a primeira frase do projeto de Estatuto dizia: "O PSTU se constitui com o objetivo de dirigir a luta dos trabalhadores e demais setores explorados pela revolução socialista e a instauração da ditadura do proletariado". A maioria não deu um ano de vida para o partido e profetizavam nosso retorno ao PT no curto prazo. Pois aqui estamos...

Uma combinação de fatores aleatório (eu não era, com certeza, a pessoa mais preparada) fez com que eu fosse escolhido como delegado àquele congresso. Viajei, então, 26 horas de ônibus, do sul do Rio Grande do Sul, quase na fronteira com o Uruguai, até São Paulo para assistir ao congresso e o que eu vi me transformou para sempre. Dois anos depois, eu estava arrumando as malas para atravessar o mundo e me dedicar à construção de um partido revolucionário na Rússia, a pátria da primeira república operária da história. Foi uma experiência fantástica. E eu sei que muitas outras virão.

Gosto de dizer que o PSTU revelou o que havia de melhor em mim. Não que o que haja em mim seja lá grandes coisas, mas o pouco que havia, conseguiu aflorar. A militância não nos torna pessoas perfeitas, mas nos torna, em geral, as melhores pessoas que podemos ser, sob as condições em que nos cabe viver. Militar em um partido revolucionário é, como dizia Trotski, "carregar sobre os ombros uma pequena partícula do destino da humanidade" e isso, quando tornado consciente, é fonte de uma enorme felicidade. Por isso, vale a pena viver.

Parabéns, PSTU!


Por Henrique Canary

sábado, 17 de maio de 2014

VAMOS TODOS ENTRAR EM CAMPO CONTRAS A INJUSTIÇAS DA COPA

Se tem dinheiro pra FIFA tem que ter pra saúde e educação pública. Queremos os serviços públicos no PADRÃO exibido pela FIFA aos estaádios para servir os estrangueiros que virão assistir os jogos.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

1º de Maio, III ATO UNIFICADO, 30/04/2014

Foi realizado neste dia 30 de abril em Imperatriz-MA o III ATO UNIFICADO lembrando a luta internacional dos trabalhadores. A Central Sindical e Popular - CSP-CONLUTAS foi representado no ato pelo membro da executiva nacional da entidade que veio fazer uma reflexão sobre os verdadeiro singnifado do 1º de maio e a importancia da unidade dos trabalhores contra os patrões e o modo de produção capitalistas.

Assistam a intervenção de Luiz Noleto:

sexta-feira, 11 de abril de 2014

PROGRAMA PARTIDÁRIO PARA OS TRABALHADORES, PSTU 2014.1

Assista ao programa semestral do PSTU, O partido denuncia as injustiças sociais, os gastos com a Copa e avisa: Na Copa vai ter luta!

sábado, 8 de março de 2014

CANDIDATO DO PSTU, SAULO, CONCEDE ENTREVISTA AO BLOG DE EDWILSON

A campanha eleitoral de 2014 será temperada com o discurso ácido da esquerda que se opõe tanto à oligarquia Sarney quanto à oposição liderada por Flavio Dino (PCdoB). O professor e sindicalista Saulo Arcangeli, pré-candidato a governador pelo PSTU, também critica em parte o PSOL, por ter aceito financiamento de empresários e alianças fora do eixo radical.

Nas questões programáticas o PSTU defende, entre outras questões, a aplicação de 10% do PIB maranhense na Educação, fortalecimento da Caema, reestatização da Cemar e recomposição de toda a estrutura de fomento à produção e ao desenvolvimento do Maranhão, com especial atenção à reforma agrária e combate ao latifúndio.

Veja a entrevista:

Blogue – Como a sua pré-candidatura se diferencia dos demais projetos que pretendem disputar o governo do Maranhão?

Saulo Arcangeli - Nossa pré-candidatura é de esquerda e classista. Nossa tarefa é denunciar e combater as mazelas deste Estado que é dominado há meio século pela oligarquia Sarney que se mantém no poder através da violência, corrupção e ao lado dos empresários, latifundiários e poderosos do Maranhão. Um grupo que dá sinais de apodrecimento e é abominado por grande parte da população que não aguenta mais esta dominação que transforma o Estado em um verdadeiro feudo de desigualdades sociais.

Também nos diferenciamos da oposição representada hoje principalmente na figura do Flávio Dino (PCdoB), que presidia a Embratur no Ministério do Turismo (vinculado ao Sarney), que mostra seu real projeto político, baseado no poder a qualquer custo, ao se aliar com provenientes da oligarquia como Zé Vieira (Bacabal), Waldir maranhão (PP), Raimundo Cutrim (ex-secretário de Roseana Sarney), Humberto Coutinho (Caxias), dentre outros. Não mudará estruturalmente esta realidade perversa e não combaterá o agronegócio, o latifúndio e os poderosos do estado, pois possui vínculos com estes grupos.

Para o Maranhão necessitamos de um programa que responda aos anseios da classe trabalhadora da cidade e do campo, responsável pela geração das nossas riquezas. Classe que é explorada e excluída das políticas públicas mais básicas e que necessita cada vez mais se organizar, lutar e mostrar sua força.

Blogue – Existe a possibilidade de uma coligação entre os partidos de esquerda (PSTU, PSOL e PCB)?

Saulo Arcangeli – Existe sim. Fizemos inclusive um chamado oficial aos dois partidos para que possamos iniciar uma discussão sobre um programa classista para o Maranhão, financiamento de campanha (o PSTU não aceita financiamento de empresários) e como seria a composição da frente pelos três partidos.

Temos a compreensão que o Estado passa por um aumento dos conflitos sociais, uma nova situação da luta de classes e uma crise política dentro da oligarquia. A constituição de um frente de esquerda é muito importante para abrir um debate com os movimentos e ativistas sociais sobre a necessidade de uma candidatura da esquerda classista e socialista a serviço das lutas e organização dos trabalhadores e da juventude no Maranhão.

Blogue - O que impediria uma coligação com o PSOL, por exemplo?

Saulo Arcangeli - Temos algumas discordâncias com o PSOL, principalmente em relação à sua atuação como partido nacionalmente e seu programa. Achamos que o PSOL deveria ter uma atuação mais direta nas ruas e minimizasse sua confiança na institucionalidade e no parlamento. 

Um ponto fundamental é o financiamento de campanha, pois em alguns locais o PSOL aceitou recursos dos empresários nas eleições, o que achamos muito grave. Temos a clareza que este foi um dos motivos principais da derrocada do PT que passou a representar os interesses do grande capital que bancava suas campanhas políticas.

Também não aceitamos ampliação de alianças fora do leque PSTU/PSOL/PCB, que aconteceu em alguns estados com o PSOL, inclusive no Maranhão, nas últimas eleições de 2012.

No Maranhão estes critérios preliminares são necessários para não serem impeditivos na formação da frente de esquerda, que reafirmamos ser muito importante nesta conjuntura atual do Estado.
Mas, caso não consigamos editar a frente, devemos respeitar as candidaturas e a autonomia que cada partido tem de apresentar seu programa nas eleições. 

Blogue - Quais os principais eixos programáticos da sua candidatura ao governo do Maranhão?

Saulo Arcangeli - Em um governo do PSTU implementaremos um programa mínimo de transição e a partir da formação de conselhos populares iremos definir a aplicação das políticas públicas que busquem resolver os anseios da população.

EDUCAÇÃO: 

Precisamos mudar este quadro de analfabetismo no Estado que possui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,8% da sua população analfabeta (com 15 anos ou mais), maior que o índice de 2009 quando Roseana Sarney assumiu o governo novamente (era de 19,31%), e se formos avaliar pelo analfabetismo funcional (pessoas que lêem, mas não entendem o que estão lendo) chegamos a mais de 30% da população.

Os investimentos na área precisam ser de, no mínimo, 10% do PIB maranhense, realizar concursos públicos nas áreas operacional, administrativa e para professores, além de garantir um piso salarial com base no salário mínimo calculado pelo Dieese (hoje no valor de R$ 2.765,00), 1/3 de aula atividade para os professores e valorizar a formação de todos os trabalhadores da educação.  Escolas devem ser reestruturadas e construídas novas, a partir da necessidade das várias regiões do Estado e será fundamental garantir um acesso universal à Universidade Estadual do Maranhão que possui um papel fundamental no desenvolvimento do estado e para melhorar a qualidade de vida da população maranhense.

SAÚDE E SANEAMENTO AMBIENTAL:

O Estado é campeão em mortes maternas e tem a segunda pior taxa de mortalidade infantil (28,3 crianças com menos de 1 ano/1000 nascidas). O governo do Maranhão há mais de 20 anos não realiza concurso público amplo para a área de saúde, o que levou o Estado a ter a mais baixa proporção de médicos por mil habitantes (0,58). Portanto, o trabalho dos profissionais é terceirizado, precarizado e não atende à população de forma satisfatória.

Para piorar, no período de 2005 a 2012 houve uma redução de 1/5 dos leitos hospitalares no estado, sendo que a população neste período aumentou em quase 10%.

A promessa de construção de 72 hospitais deste governo foi mais uma promessa de Roseana Sarney na campanha que não foi cumprida, já que chega ao final do mandato e menos de 40 hospitais foram entregues. Além disso, estes hospitais não possuem quadro de pessoal concursado e com dificuldades para atender a população devido à distância ou falta de estrutura.

Outro grave problema do Estado que atinge a saúde da população e sua qualidade de vida é a falta de água tratada e saneamento básico nas residências.  Metade da população não tem água tratada em casa e quase 90% não tem esgoto (aumenta para 95,8% se considerarmos os que tem rede de esgoto, mas não tratado), sendo que apenas 6,5% dos municípios maranhenses têm rede de esgoto.

Este quadro tem reflexo na saúde e doenças que não mais existem em outros locais continuam no Maranhão como hanseníase, leishmaniose e tuberculose. O Estado está em primeiro lugar na incidência de hanseníase no país.

Precisamos garantir, no mínimo, 6% do PIB para a saúde e também investir em equipes multiprofissionais para atendimento à população, principalmente na saúde preventiva.

Outras medidas são um amplo processo de despoluição dos rios, lagos e do mar, investir na garantia de água tratada para toda a população e no tratamento de esgotos para evitar que as residências e empresas poluam nosso ambiente. Para isso é fundamental acabar com o processo de terceirização e privatização que passa a CAEMA, fortalecendo-a, ampliando seu quadro de trabalhadores através de concurso público e dando condições para realizar de forma satisfatória seu importante trabalho.

MORADIA, TRABALHO E RENDA

Entre os anos de 2002 a 2011 o PIB do MA subiu de 15,449 bilhões para 52 bilhões (mais que triplicou), mas a riqueza produzida pelos trabalhadores no estado mantém-se nas mãos de poucos ou são levadas pela multinacionais, principalmente as que exploram a soja e os minérios.

Enquanto isso o população permanece extremamente pobre. Dos 6,5 milhões de habitantes, segundo o IBGE, 1,7 milhão estavam abaixo da linha de miséria (ganhando até R$ 70 por mês), representando 25,7% dos habitantes maranhenses (a média do país é de 8,5%) e, se fomos considerar a pobreza extrema, 12% são considerados miseráveis no estado.

A renda per capita do Maranhão em 2013 foi calculada em R$ 360,93 (pior do país), transformando o Estado, segundo a FGV, com o menor índice de desenvolvimento social do país e, segundo dados dos municípios brasileiros, dos 100 piores municípios do Brasil, 34 estão no Estado.

A taxa de formalização do trabalho no Estado (trabalhador com carteira assinada) é de apenas 25,50% (maior índice informalidade do país), enquanto a média nacional fica em 43,01% e somos o estado que mais exporta mão de obra escrava para outras regiões para trabalhar principalmente com corte de cana e exploração de ouro (25% dos trabalhadores brasileiros resgatados no último ano), além de um alto índice de trabalho infantil (9,40%).

A população, por falta de condições dignas de trabalho e renda, acaba infelizmente sobrevivendo de políticas compensatórias que nada emancipam nosso povo. O programa Bolsa Família, por exemplo, contempla mais de 753 mil famílias (aproximadamente 3,2 milhões de pessoas), ou seja, exatamente 50% da população total do estado (6,3 milhões). Em Junco do Maranhão, por exemplo, 90,5% (maior índice do país) da população vive do programa.

Nos governos da oligarquia, as estruturas para fomentar a produção econômica foram totalmente sucateadas e depois liquidadas como no caso da EMATER, EMAPA, CIMEC, COPEMA, BDM ou então vendidas como CEMAR e BEM. É preciso reconstruir uma estrutura de fomento à produção que garanta o desenvolvimento das diversas regiões do Estado e que atenda aos interesses da população e da natureza. No caso da CEMAR, precisamos reestatizá-la para que cumpra sua função social.

Faremos um amplo programa de Reforma Agrária, sob controle dos trabalhadores, priorizando a coletivização da terra para gerar empregos e incentivando a agricultura como forma de gerar alimentos para a população do Maranhão. Também investiremos na área da pesca para aproveitar nossos rios e mares e evitar que nossos pescadores tenham que ir para outros estados devido à falta de incentivos e condições dignas de trabalho.

Realizaremos um programa de construção de moradias que gerará empregos para a população e acabará com um déficit de mais de 400 mil residências no estado, que é agravado pelo despejo diário de famílias em bairros pobres e periferias por conta da especulação imobiliária. Além disso, outras comunidades que possuem seu local para morar vivem diariamente apreensivas e resistindo às liminares de reintegração de posse da Justiça e/ou ao uso da força policial que executam as operações, como no caso das comunidades de Eugênio Pereira, Terra SOL, Pindoba, Renascer, Maracujá, Quebra Pote, Cajueiro, Vila Maranhão, Taim, Rio dos Cachorros, Camboa dos Frades, dentre outras.

QUESTÃO FUNDIÁRIA

O estado do Maranhão tem o maior índice de concentração de propriedade da terra nas mãos de poucos. Um quadro que foi aberto já em 1969 (Lei de Terras de Sarney) que distribui terras para amigos da família e abriu as portas para a grilagem desenfreada. Enquanto isso são mais de 300 mil famílias de sem-terra no campo.

O avanço do agronegócio também é um fator que aumenta o êxodo rural, diminui a produção de alimentos no campo e acelera os conflitos na luta pela terra. A soja, por exemplo, que é utilizada basicamente para exportação, já ocupa 33% da nossa área plantada.

Além disso vivemos em estado que explora, persegue e assassina índios, trabalhadores rurais, quilombolas, ribeirinhos e comunidades tradicionais. No último ano, segundo dados da CPT-MA, foram assassinados mais três trabalhadores rurais e, recentemente, foi assassinado a liderança camponesa Brechó, em Timbiras, que já estava na lista dos ameaçados de morte da CPT 2013.

Precisamos garantir, através do Iterma e pressionando o INCRA e o governo federal, a posse e o direito de propriedade coletiva dessas terras por parte dos indígenas (os Tenetehara ou Guajajara, Awá-Guajá, Ka’apor, Ramkokamekra-Canela, Apaniekrá-Canela, Krikati, Pukobyê-Gavião, Krepum Katejê e Krenjê) e negros e negras quilombolas que ocupam territórios como o Quilombo Cruzeiro em Palmeirândia, Pontes em Pirapemas, Santana e São Patrício em Itapecuru, Puraqué e Santa Maria em Codó, Benfica em Santa Helena, Charco em São Vicente de Férrer, São Pedro em São Luiz Gonzaga, dentre outros. São comunidades que lutam diariamente por sua terra e sua vida, pois são ameaçados, perseguidos e mortos.

SEGURANÇA PÚBLICA

No último período assistimos estarrecidos aos assassinatos no presídio de Pedrinhas (72 mortes em um pouco mais de um ano) e uma onda de ataques, queima de ônibus que, infelizmente, vitimaram a menina Ana Clara de apenas seis anos de idade.

Não podemos tratar como apenas um problema de segurança pública ou relacionado às ações de facções criminosas que estão dentro e fora de Pedrinhas, pois são vários fatores que levam a essa situação, principalmente fatores sociais que tornam jovens e trabalhadores presas fáceis do crime organizado, violência e das drogas.

Temos um sistema prisional que possui fortes traços medievais, com constantes violações aos direitos humanos, centralizado na capital, e que não reeduca de forma alguma quem está aprisionado. Acaba se transformando em uma verdadeira escola do crime e os presos lutam por sua sobrevivência, pois não sabem se vão para uma cela ou para a guilhotina.

A colocação recente de presos de facções rivais em mesmos locais e, o pior, junto com presos provisórios, que ainda não foram condenados ou absolvidos, demonstra a irresponsabilidade do governo Roseana Sarney e a corrupção presente no sistema de segurança do estado.

Aliado à violência, temos a morosidade de parte da Justiça e a ausência de políticas públicas por parte do governo. Com isto os presídios do Maranhão são cheios de jovens, em sua grande maioria formado por negros e pobres.

Além da descentralização do presídios, devemos implementar um Plano de Segurança comunitário, que será definido pelos Conselhos Comunitários de Segurança, tendo a clareza que a diminuição dos crimes e da violência será reflexo, principalmente, da políticas públicas de educação, desenvolvimento social, fomentação de núcleos esportivos e culturais e combate à impunidade. Também realizaremos concursos públicos para o preenchimento das vagas existentes e que estão nas mãos de empresas terceirizadas.

COMBATE ÀS OPRESSÕES

Precisamos ter políticas duras no combate às opressões. Dados demonstram que o estado é um dos maiores violadores dos direitos humanos.

A situação dos negros é dramática, segundo levantamento estamos numa situação de guerra civil, onde milhares são assassinados ainda na juventude vítima do tráfico de drogas, da polícia ou nos presídios. Um estudo do IPEA sobre racismo no Brasil revela que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco. 

A violência contra a mulher é muito grande. Os casos de homicídios brutais são recorrentes por motivos fúteis como ciúmes ou não aceitação do fim do relacionamento. Entre a mulheres negras e no campo a situação é ainda mais grave. Necessitamos de casas-abrigo, hospitais especializados, creches para os filhos das mulheres trabalhadoras e delegacias especializadas das mulheres no estado.

Quanto à situação dos LGBTs dados mostram que o Maranhão é o quarto estado com maior casos de violência relatados. Em 2013 foram 358 casos a cada 100 mil habitantes. Uma mostra que o preconceito é grande e brutal.

Blogue – Caso sua pré-candidatura não chegue ao segundo turno e a disputa seja entre Flavio Dino (PCdoB) e Luis Fernando Silva (PMDB), qual será a posição do PSTU? Apoiaria Flavio Dino?

Saulo Arcangeli -  Já caracterizamos bem anteriormente as duas pré-candidaturas postas como incapazes de resolver os problemas do Maranhão, pois fizeram ou fazem parte de grupos políticos responsáveis pela situação do nosso estado. Durante o primeiro turno das eleições vamos mostrar à população porque não devemos confiar neles. Em relação ao segundo turno, caso seja este quadro, no momento adequado o Partido fará uma declaração pública. 

Blogue – Qual seria a primeira medida do PSTU caso chegue ao governo do Maranhão?

Saulo Arcangeli – Para tomar medidas imediatas e de curto prazo, necessitamos fazer de início uma auditoria na dívida pública do Estado, suspender pagamentos, renegociar dívidas comprovadas e buscar punição aos que dilapidaram os cofres públicos e são responsáveis pelo endividamento deste estado que tem reflexo imediato na implementação de políticas públicas na área social.

No atual governo Roseana Sarney foram realizados dois novos empréstimos no valor de R$ 7 bilhões. O que foi feito com estes recursos? Quais garantias foram dadas pelo Estado para o pagamento?

Blogue – Como o PSTU vai se posicionar no horário eleitoral durante a campanha de rádio e TV? Será denunciatório ou propositivo?

Saulo Arcangeli -  Precisamos colocar para a população o quadro social crítico que passa o estado e quem são os verdadeiros responsáveis por esta situação dramática que vive a grande maioria da população. Por isso necessitamos denunciá-los, mas como respondemos na pergunta anterior, temos que garantir as reivindicações imediatas da população do Estado.

Blogue – Como você avalia a rejeição dos partidos políticos nos protestos de junho de 2013?

Saulo Arcangeli – Achamos que as mobilizações de junho foram muito importantes para elevar a consciência da população e da classe trabalhadora. Foi muito progressivo colocar mais de 6 milhões de pessoas nas ruas do país e no Maranhão não foi diferente. Também achamos normal a rejeição a partidos políticos nas manifestações e o PSTU foi também muito atacado. Foram mobilizações basicamente da juventude e de uma juventude trabalhadora que teve suas experiências apenas com partidos que buscaram ou buscam destruir seus sonhos e que não governam para os trabalhadores e a juventude e sim para os bancos e empresários. Buscamos durante as manifestações mostrar que nosso partido é diferente e sempre esteve nas ruas, nas lutas e na tentativa de mudança para uma sociedade socialista.

Blogue – O socialismo ainda é a melhor saída para mudar o mundo?

Saulo Arcangeli – Enquanto boa parte da esquerda tirou conclusões erradas das experiências socialistas no Leste Europeu e abriu mão da luta pelo socialismo, nosso partido afirma que sim, esta é a melhor saída.

Como podemos suportar um sistema capitalista que, segundo a própria FAO, deixa metade da população com problemas graves de nutrição e mais de 800 milhões de pessoas no mundo passando fome. Um sistema que oprime o povo pobre, o negro e a mulher.

Os capitalistas deixam de produzir itens fundamentais para a população porque não dão lucro para eles. Por isso que nesta sociedade sobram carros, mas não tem transporte de qualidade para a população e são erguidos prédios de muito luxo e faltam casas para os menos favorecidos. 

No socialismo temos a participação permanente das pessoas na vida política, econômica e cultural do país e a possibilidade de utilizar toda a produção mundial para satisfazer as necessidades do trabalhador.

Queremos uma sociedade socialista, onde a riqueza seja dividida com quem produz, os trabalhadores. Uma sociedade sem opressão, injustiças, sem exploração, sem fome, com as pessoas tendo acesso à saúde, educação, transporte, trabalho e moradia decentes.

Blogue – Qual seria a questão central para mudar o Maranhão?
 
Saulo Arcangeli – As mudanças que o Maranhão precisa virão das mobilizações e da luta que os trabalhadores da cidade e do campo, juventude e desempregados empreenderão por mais emprego, terra, Justiça e serviços públicos de qualidade. Estas reivindicações só serão possíveis quando houver um questionamento por parte da população dos privilégios das grandes empresas instaladas no Estado, do agronegócio e da corrupção e desmandos por parte dos políticos e de uma parte da justiça que reforça e legitima esta situação.

Fonte: Blog Ed Wilson