terça-feira, 3 de junho de 2014

UM PARTIDO DAS LUTAS E DO SOCIALISMO, 20 ANOS.


Há exatos 20 ano, no dia 2 de junho de 1994, tinha início o Congresso de Fundação do PSTU. Como que desafiando o próprio tempo histórico em que o partido era fundado (auge do neoliberalismo e da ofensiva ideológica sobre a "morte do socialismo"), a primeira frase do projeto de Estatuto dizia: "O PSTU se constitui com o objetivo de dirigir a luta dos trabalhadores e demais setores explorados pela revolução socialista e a instauração da ditadura do proletariado". A maioria não deu um ano de vida para o partido e profetizavam nosso retorno ao PT no curto prazo. Pois aqui estamos...

Uma combinação de fatores aleatório (eu não era, com certeza, a pessoa mais preparada) fez com que eu fosse escolhido como delegado àquele congresso. Viajei, então, 26 horas de ônibus, do sul do Rio Grande do Sul, quase na fronteira com o Uruguai, até São Paulo para assistir ao congresso e o que eu vi me transformou para sempre. Dois anos depois, eu estava arrumando as malas para atravessar o mundo e me dedicar à construção de um partido revolucionário na Rússia, a pátria da primeira república operária da história. Foi uma experiência fantástica. E eu sei que muitas outras virão.

Gosto de dizer que o PSTU revelou o que havia de melhor em mim. Não que o que haja em mim seja lá grandes coisas, mas o pouco que havia, conseguiu aflorar. A militância não nos torna pessoas perfeitas, mas nos torna, em geral, as melhores pessoas que podemos ser, sob as condições em que nos cabe viver. Militar em um partido revolucionário é, como dizia Trotski, "carregar sobre os ombros uma pequena partícula do destino da humanidade" e isso, quando tornado consciente, é fonte de uma enorme felicidade. Por isso, vale a pena viver.

Parabéns, PSTU!


Por Henrique Canary

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